segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Total Eclipse of the Heart

Primeira coisa. Que fique bem claro que eu curto essa música. Verdade. Ela é legal. Atire a primeira pedra quem nunca se pegou cantando "I really need you tonight!!!"

Mas pelo amor de Deus, alguém me explique se isso é uma comédia muito louca, um fantástico videoclipe ou o filme de terror mais assustador de todos os tempos.



Dá-lhe Bonnie!

em breve volto com posts mais pessoais e mais manifestações de desespero contra pessoas que falam no cinema.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Fechado para edição


Morgue Story. Primeiro Corte. Quase pronto. Quase... quase mesmo...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

HITCHCOCK BLONDE is back!!! and this time, it's personal...

gostei de fazer trailers. estão fiz mais um para a reestréia de HITCHCOCK BLONDE



Hitchcock Blonde
de 24 de julho a 17 de agosto
de quarta a sábado às 21h. Domingos às 19h
sessão extra dia 13 de agosto (aniversário de Hitchcock) às 21h.

Ingressos
Quintas e quarta(13/08): R$5,00 e R$2,50
Sexta: R$10,00 e R$5,00
Sábado e domingo: R$14,00 e R$7,00

Teatro José Maria Santos

realização: Vigor Mortis
Texto: Terry Johnson
Tradução, direção e vídeos: Paulo Biscaia Filho
Elenco: Edson Bueno, Rafaella Marques, Chico Nogueira, Michelle Pucci, Marco Novack e Mariana Zanette
Sonoplastia: Marco Novack, Paulo Biscaia Filho e Demian Garcia
Iluminação: Wagner Correa
Cenário: Guilherme Sant’ana
Figurinos: Mariana Zanette e Amábilis de Jesus
Adereços: Aorélio Domingues
Produção: Tânia Araújo
informações adicionais : www.vigormortis.com.br

domingo, 20 de julho de 2008

Morgue Story - teaser trailer

um trailer vale mais do que mil palavras

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Morgue Story - making of

I was born to do this.

Por mim eu faria uma cena dessas todos os dias.
Wagner Corrêa e Anderson Faganello pelo meu monitor durante as gravações de Morgue Story.
4 litros de sangue cênico foram gastos hoje.
Vibração total da equipe. Perdoem o tremor da câmera de making of causada pelos risos do continuista Ozz que operava o aparelho na hora.
As gravações vão até o dia 20. Até lá, esse deve ser o único post que terei tempo de fazer.
Depois disso, coloco mais alguma coisa do making of na rede como um sneek peek.

Em tempo: além de ter realizado este desejo de fazer um evil dead próprio, hoje tive meu momento Ed Wood realizado. Pedi para o Dani (o Dr. Daniel Torres do filme) ficar transtornado. Ele fez uma cara terrivelmente transtornada. E eu disse... "menos transtornado, Dani"... reproduzindo assim a clássica seqüência do filme de Tim Burton quando Ed Wood dirige Bela Lugosi.
Eu e o Dani rimos 5 minutos seguido depois disso. E ele depois fez a cena maravilhosamente.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Graphic - bye bye



Every time, we say goodbye... I die a little.

Bom, agora vai morrer de vez. Foi uma delícia conceber, dirigir, criar o que foi a primeira legítima criação em grupo da Vigor Mortis. Mas sempre chega a hora de dizer adeus. Continuamos na nossa Road to Nowhere.

"
A Vigor Mortis apresenta a temporada de despedida de "Graphic". A premiada montagem da companhia curitibana sairá de repertório após as apresentações entre os dias 4 e 6  de julho no Teatro Regina Vogue. 
Foi uma carreira de sucesso com diversas temporadas pelo Brasil, incluindo Rio e São Paulo, onde a montagem teve mais apresentações que Curitiba! Então não perca esta última oportunidade de encontrar ou reencontrar Artie, Becca e Raf.

Serviço:
peça: Graphic
Companhia Vigor Mortis 
texto, videos   e direção: Paulo Biscaia Filho
elenco: leandrodanielcolombo, Rafaella Marques, Carolina Fauquemont
cenografia: guilherme sant´ana
desenhos: dw, José Aguiar e Carolina Fauquemont
stencils: Juan Parada, Olho e Claudio Celestino
iluminação: Wagner Corrêa
Figurinos: Mariana Zanette
ONDE: Teatro Regina Vogue - Shopping Estação
QUANDO: de 4 a 6 de julho às 21h
QUANTO: Inteira R$15,00 e  meia R$7,50. 
Informações adicionais:
www.vigormortis.com.br "

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Eu quero uma Barbie


Olha isso aí. Sou completamente contra a Barbie e tudo o que ela significa, além é claro de ser macho pra caralho!!!!
... Mas isso aí tá simpático.
Meu aniversário tá chegando, então fica a sugestão.

(foto de notícia publicada hoje no Omelete)

sábado, 7 de junho de 2008

Shhhhhh!



É o fim da civilização e de toda noção de ordem como nós conhecemos.
Na quinta fomos ao Cineplex Batel para ver um filme de incestos e assassinatos com a Julianne Moore. Filme OK, só que não tem absoluta nenhuma utilidade artística, política ou com "fun factor".
Isso não é a questão. Leia post sobre Kaspar Hauser Pós moderno novamente.
Chegamos e sentamos nas confortáveis cadeiras. No cinema só havia nós outros três casais. Todos eles, menos a gente, conversando. Alto. O casal atrás da gente não apenas conversava como ficava constantemente se ajeitando na cadeira chutando as minhas costas sem nenhum pudor. Mudamos de lugar. Fomos para fileiras mais atrás e sentamos na mesma fila de um outro casal. Logo percebemos que este casal também conversava durante o filme sem parar e sem controle de volume vocal. Mariane fez um justificado "Shhh". Eles pareceram se comportar mais um pouco. Apesar dos inúmeros pacotes de guloseimas devorados vorazmente.
Em um certo momento do filme, eu percebo uma movimentação peculiar na área do outro casal na mesma fila. O sujeito levantou três braços fazendo para si um gigantesco loveseat e repousou sua cabeça sobre o braço que por sua vez estava no colo de sua amada. O resultado visual disso fazia com que ele parecesse uma versão grotesca da Olympia de Manet.
Ao sair do cinema, pagamos o estacionamento e no caminho pela praça em direção ao carro vimos o casal novamente. Ao passar por nós o sujeito, num ato de desprezo e falta de discernimento, faz um longo e exagerado "SHHHH" para a gente. E começa a subir a escada rolante.
Normalmente eu riria e não faria nada, mas não me agüentei e fui atrás dele.
No topo da escada rolante, ele começa a querer tirar a jaqueta puxando pra briga. Juro.
E eu disse : "Você tá vendo alguém levantar punho aqui, rapaz? Só quero entender como você não vê que conversa incomoda no cinema". "Eu converso onde eu quiser", disse ele. "No cinema não", respondi o óbvio. Foi aí que a namorada dele disse algo que acabou comigo. "Mas todo mundo no cinema tava conversando!"

Era verdade.

Nós éramos minoria.
O que nos resta então? Aceitar que a barbárie já chegou? Ou continuar fazendo shhh.
Mas como diria Seinfeld.: "I am not a Shushee, I am a shhusher".
Seríamos nós então dinossauros de tradições perdidas? Ficar quieto no cinema é fora de moda? Pedir para alguém ficar quieto para que eu possa prestar atenção no filme é um chamado de guerra?

Prefiro acreditar que não.
Pelo contrário.
Acho que de agora em diante vou entrar no cinema, olhar nos olhos de toda a platéia e soltar um sonoro:
SHHHHHHH!!!

Se é pra gente ser o louco que não se encaixa na sociedade, então vou levar isso às últimas conseqüências.
Se é pra gente ser a TFP new generation, então vou ser fascista.

Essa é a vontade do demônio da perversidade.

Só que tudo é tão mais simples. Não tem nada a ver com bem/mal, mas sim com ... bom senso.

domingo, 1 de junho de 2008

Melange Nipônica


Ontem eu vi aqui na tela de meu lindo iMac o filme Machine Girl (ou Mashin Gâru, como preferir). Peguei o filme de uma daquelas fontes que não ousam dizer seu nome como um dos torrents (opa! me entreguei) mais hypados do ano.
O filme é uma mistura de

KILLBILL+EVIL DEAD + POWER RANGERS + Algumas coisas (quem tiver visto, colabore aqui com outras referências encontradas, que não são poucas)

Não é um novo Cidadão Kane, isso é certo, mas é bem divertido. Listo aqui algumas de minhas seqüências favoritas do que testemunhei ontem nesta tela onde escrevo:
- Ami, a Machine Girl do título, briga com uma dona de casa maníaca que enfia seu braço primeiro em uma mistura de ovos e farinha para depois fazer um Tempurá do braço da heroína. Sem metáfora nenhuma nisso.
- Num momento POwer Rangers, Ami e Miki lutam contra um grupo de pais de capangas mortos por elas em lutas anteriores. Estes pais, devidamente uniformizados e armados fazem uma coreografia de apresentação e se auto intitulam algo como "A Super Gangue Carpideira", ou "A Super Gangue dos Pais Lamentadores".
- Por fim, o "soutien-furadeira" da bandida. Preciso dizer mais?

O filme tem problemas de sobra. Ele parece não se levar a sério, mas não se leva a sério o suficiente para o seu próprio bem.

Agora, uma coisa me deixou fascinado: a personagem Miki. Ela ajuda nossa heroína Ami a matar a família da Yakuza que matou o irmão de Ami e o filho de Miki. Bem, o filho de MIki é pra ter uns 15 anos pelo menos. E Miki é uma baita duma japa gostosa, com o perdão da misogenia rápida - porém socialmente necessária. Até aí tudo bem, mas ela era muito nova mesmo pra ter um filho de 15 anos. Uma pesquisa rápida no IMDB e eu descubro que Asami, a atriz que faz Miki, tem 23 anos. Ou seja, pelos cálculos ela teve o filho com 7 anos.
Isso me deixa muito preocupado com a cultura japonesa. 23 anos já é idade de "mulher passada"?
Lembro de uma frase divertida do péssimo filme "Clube das Divorciadas", onde Goldie Hawn que faz uma estrela hollywoodiana diz: "Existem apenas três idades em Hollywood: Gatinha, Promotora e ConduzindoMissDaisy."
Pelo jeito a idade "promotora" no Japão está mais baixa do que o normal.

Enfim, choques à parte, vejam Mashin Gâru que tem coisas de sobra para "diversão testosterônica".


Em tempo: li algumas críticas ao Kill Bill Vol. I que diziam que o filme era uma longa piada do "Cavaleiro Negro" no Monty Python em Busca do Cálice Sagrado. O mesmo pode ser dito deste filme. Sangue esguicha por tudo e de todas as formas, mas com preferência para o modo "Mangueira-regando-as-plantas". Lembrei da Tânia Araújo limpando o sangue de cena no Hitchcock Blonde. Tadinha. Se ela visse esse filme, ficava traumatizada de vez pensando em quem ia limpar tudo aquilo. Calma Tânia, eles tem um pequeno exército de gueixas armadas com esfregões e Veja Limpeza Pesada quando gritam "Corta!"-- sem nenhum trocadilho aqui.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ontem eu fiz 13 anos...


... quando sentei no cinema para Ver Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Já coloquei em posts anteriores que o Caçadores da Arca Perdida foi a porte de entrada para compreender a linguagem de cinema, de direção, etc.. Então ver o filme foi como retornar ao começo. Logo nas primeiras cenas me senti literalmente rejuvenecido. Como se eu fosse um garoto na matinê do Cine Condor. Poderia até escrever meus comentários sobre o filme, mas análises frias não cabem aqui. É preferível ficar com a sensação causada pelo estalar do chicote. Ela é indescritível, mas fala muito.
Agora volto à realidade e aguardo agosto quando farei três vezes o número do título, mas se eu continuar ativo como o velho Indy... tudo bem.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Post Modern Kaspar Hauser


A cena de abertura do filme "24 Hour Party People" de Michael Winterbottom tem uma frase célebre. Depois de mostrar o protagonista fazendo um vôo de asa delta, ele cai no mato e vai até a câmera. Olha para a lente e diz algo assim:
- Essa cena que vocês viram representa muito bem a história que vou contar. Só vou dizer uma palavra: "Ícaro"... Se você entendeu, ótimo. Se não entendeu, tudo bem... mas você devia ler um pouco mais.

As últimas semanas foram cansativas, mas ao mesmo tempo reveladoras sobre alguma situação da humanidade hoje em dia. Ontem em aula mostrei uma cena de Psicose e perguntei quem já tinha visto o filme? Apenas um levantou a mão. Ao mostrar a cena do chuveiro, um dos alunos perguntou: " E quem mata ela?" . " A Mãe", eu respondi com um sorriso. Ao ver a cara de perplexidade, insisti: " E você sabe quem é a mãe, não?". E a resposta foi com uma cara ainda mais perplexa... "Não".
"MEU DEUS!!! O que você esteve fazendo com a sua vida?", não agüentei e falei.
E eu não estou falando de alunos desprovidos de possibilidades de informação. Não. Muito pelo contrário.
Mas mesmo assim, me senti estar frente a frente de um Kaspar Hauser Pós moderno.
Outro dia conversei com um cara e perguntei, "Você viu 'um corpo que cai'"? E a resposta foi novamente "não". Até aí tudo bem, ninguém é obrigado. Mas o não veio acompanhado de "Eu não gosto muito de filmes de terror."
Wie bitte?
Seria então possível ouvir a frase "Nunca ouvi falar da Mona Lisa. Não gosto muito de Pintura" ou então "Nunca ouvi o Requiem de Mozart. Não gosto muito de música."
Temos quantidades tsunâmicas de DVDs, além de wikipedia, 200 canais de TV... e tudo isso serve apenas para ser descartado.
Quando era garoto, o cinema hollywoodiano fazia um ou dois grandes blockbusters por ano. Um Tubarão, Um Ghostbusters... agora são pelo menos 20. O Homem de Ferro faz um puta sucesso, mas na semana que vem ninguém mais se lembra do filme e já quer outra coisa. Nada é absorvido. Nenhuma reflexão é feita, nem que seja sobre a interpretação do Robert Downey Jr.
Vivemos em uma era fast food e nem mesmo nos lembrados se pedimos o número 1 ou o número 2.
E não sou nenhum Harold Bloom. Sou aquele personagem daquele filme meia boca "IDIOCRACY" que num futuro dominado por pessoas com q.i. abaixo de 60 salva a humanidade ao diagnosticar que as plantações estavam morrendo porque elas estavam sendo regadas com Gatorade.
Talvez o Kaspar Hauser esteja invertido. Eu e mais alguns poucos companheiros vamos à praça qualquer dia desses com uma carta na mão.
Não entendeu?
Vai ver o filme do Herzog ou pelo menos leia na wikipedia quem foi Kaspar Hauser

segunda-feira, 28 de abril de 2008

To Be or Not To Be


Hoje de manhã tirei folga. Coisa rara e portanto cheia de méritos.
Vi deitado na cama "Sou ou Não Sou" com o Mel Brooks e a Anne Bancroft.
Na cena final, um bando de artistas poloneses escapam dos nazistas em um avião e rumam para a Inglaterra, porém a bússola quebrou e o destino é incerto. Quando o avião pousa, o personagem de Brooks, que está fantasiado de Hitler, entra em um pub cheio de ingleses cantando alegremente com suas pints e com aquele bigodinho indaga:
"- Aqui é a Inglaterra?"
Tive um acesso de riso de cinco minutos. Daqueles de ter que ficar limpando as lágrimas de tanto rir. Mas depois eu me perguntei: "Quem mais riria dessa piada hoje? Será que esse humor ficou datado?" . Será que a informação histórica está datada? Será que as pessoas não sabem mais quem são Cecil B de Mille, os macaquinhos do espaço e Gertrud Stein?
Tudo se consome muito rápido hoje. Nunca achei que fosse dizer isso, mas... acho que estou ficando anacrônico.
Porém me recuso a aceitar isso. Eu não envelheço, eu faço upgrades.

p.s.: lembro-me da primeira vez que vi esse filme anos atrás junto com meu pai numa sessão de um sábado à tarde no cine Plaza. Era garoto. E não tinha entendido. Achei o filme sem graça. Mas não tinha a referência direito ainda. Portanto reforço a afirmativa: faço upgrades.

domingo, 13 de abril de 2008

reflexão e ação

A divulgar amplamente para reflexão e ação. Um texto ótimo do Sarkovas que chegou a minha caixa de email hoje.

"Por que insistir em um modelo insustentável?
YACOFF SARKOVAS

A cultura e as artes movimentam parte significativa da economia
planetária. As indústrias criativas crescem para alimentar uma demanda inesgotável por estética, símbolos, lazer e entretenimento. Porém, os recursos gerados por este vasto mercado de consumo não suprem a diversidade e complexidade da cultura, comportando outras três fontes de financiamento, distintas e complementares:

- o Estado, que tem a responsabilidade de fomentar a criação e a
fruição artística e intelectual, bases do progresso humano - o investimento social privado, evolução histórica do mecenato, pelo
qual cidadãos e instituições privadas tornam-se agentes do desenvolvimento da sociedade - o patrocínio, estratégia empresarial para tornar as marcas mais próximas e envolventes, com maior afetividade, credibilidade, relevância e reputação junto a seus públicos de interesse.

No Brasil, o sistema de financiamento público às artes baseado em
dedução fiscal emaranhou estas fontes, subvertendo suas lógicas, pervertendo seus agentes e, de quebra, confundindo a opinião pública.

No mês de março, profissionais de teatro foram a Brasília apoiar
uma legislação que também canaliza recursos para a área por dedução fiscal, um modelo econômica e socialmente insustentável. Vamos imaginar que os médicos reivindiquem poder investir, por critérios próprios, um naco do imposto na saúde pública; os educadores, para manter abertas escolas públicas; as empresas de transporte, para criar estradas exclusivas; e -por que não? -, cada cidadão reter outro tanto do imposto para montar seu próprio esquema de segurança. Bastaria um punhado de categorias adotar esta lógica para não haver mais imposto a recolher. Por conseqüência, poderíamos suprimir o Estado e dispensar os governos.

Tomar posse de dinheiro público para destiná-lo por critérios
individuais e privados é um ato anti-republicano. Desinformados e iludidos pela justa perspectiva de injetar recursos no seu campo de atividade, muitos artistas e produtores ajudam a propagar o câncer do incentivo fiscal, em vez de lutar por políticas e fundos de financiamento direto do Estado, regidos por critérios técnicos e públicos.

Esse modelo de dedução fiscal à cultura, único no mundo, foi criado
pela Lei Sarney, em 1986 - substituída pela Lei Rouanet por Collor, em
1991-, ampliado com a Lei do Audiovisual por Itamar, em 1993, e replicado por municípios e Estados via dedução no ISS, IPTU e ICMS. Fomentadas por ignorância, no governo FHC, e mantidas por incompetência, no governo Lula, as leis de incentivo mobilizarão, neste ano, mais de R$ 1 bilhão. Recursos integralmente públicos que financiam somente a parcela da produção artística que desperta o interesse das empresas.

A dedução fiscal gera produção cultural porque distribui dinheiro,
não por ser lógica ou justa. É uma forma prática de obter recursos sem enfrentar disputas no orçamento público. Nada tem a ver com patrocínio ou investimento privado de verdade. Empresas promovem ações sociais, ambientais, culturais, esportivas, de entretenimento e comportamento como estratégia eficaz, saudável e rentável de valorizar marcas e fortalecer relacionamentos. Por isso, em todo mundo, investem seus próprios recursos institucionas, de marketing e comunicação.

Em outros países, incentivo fiscal é somente lançar as
contribuições à cultura como despesa na declaração de renda. Ou seja, é poder doar dinheiro do próprio bolso sem ser sobretaxado por isso. No Brasil, a Lei do Audiovisual permite dedução integral no imposto a pagar e, ainda, o abatimento como despesa, reduzindo o imposto acima do valor aplicado. O resultado é um ganho real de mais de 130% ao "investidor", sem risco. Espectadores-cidadãos não se dão conta que as marcas que aparecem na abertura dos filmes brasileiros são de empresas que ganham dinheiro público
para fingir que são investidoras culturais e decidir que aquele filme, e não outro, deva ser produzido. Em vez de exigir o fim deste escândalo, setores do teatro reivindicam "equiparação de benefícios".

É certo que o Estado brasileiro consome 50% do PIB e pouco do que
devolve tem valor reconhecido pela sociedade; é compreensível que os brasileiros desconfiem que os nossos governos sejam regidos pela corrupção.
Mas não corrigiremos mazelas históricas subtraindo recursos e
responsabilidade públicas para distribuí-las a interesses privados.

Melhor seria lutar para reduzir a carga tributária, para benefício
da sociedade civil, e ajudar a construir um Estado mais eficaz, com
capacidade de formular e implementar políticas públicas, financiando
diretamente as ações por princípios republicanos."

YACOFF SARKOVAS, especialista em atitudes de marca e presidente da Significa
e da Articultura.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Groovy

Só pra lembrar o porquê de fazer Morgue Story no teatro e agora um longa metragem:

"Ana Argento - Eu adoro o Bruce Cambbell com aquela serra elétrica na mão. Ele é pra mim a essência de tudo o que eu mais admiro em um homem: bacana, violento... e um pouco idiota"

GROOVY!



Hail to the king, baby!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Ab insídiis diáboli, libera nos, Dómine.


Terminou este festival. Foi ótimo, mas desgastante. E o alívio é imenso. Um gigantesco demônio que se criava dentro de mim faz nove anos foi exorcizado totalmente. Mas para fazer isso, olhei para o rosto de diversos outros que tentam entrar.
Tinha escrito um post enorme falando disso, mas pareceu-me apenas abrir as portas para fazê-los entrar.
"Vaidade, meu pecado favorito". Dizia Al Pacino em Advogado do Diabo. Ele tinha razão.
Vamos fechar esta sportas e fazer com que esses novos capetas fiquem de fora. Chega de subjetividades excesivas que acabam por objetivar pessoas. A arte tem isso em sua forma. É duro
O Trabalho de verdade começa agora.
Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho volta em cartaz dia 3 de abril no Mini.
Hitchcock Blonde entra em cartaz no ACT dia 16 de abril
Tem muita coisa a fazer e não dá pra ficar se preocupando com atmosferas malignas criadas em eventos como esse. Paradoxais em sua essência, mas necessários para amadurecer. Aprendi isso na carne.

Em tempo: Fui ver O NATIMORTO. Bortolotto e Mutarelli me deram grande momentos de prazer na platéia.
E uma frase que faz com que Marguerite Duras morra de inveja.
- A vida é uma doença fatal... E sexualmente transmissível.

terça-feira, 11 de março de 2008

Crashing Bores

Só pra constar... acordei hoje me sentindo como a letra abaixo. Obrigado ao profeta Moz.



cantem comigo...

"You must be wondering how
The boy next door turned out
Have a care, But don't stare
Because he's still there
Lamenting policewomen policemen silly women taxmen
Uniformed whores, They who wish to hurt you, Work within the law
This world is full, So full of crashing bores
And I must be one, 'Cos no one ever turns to me to say
Take me in your arms, Take me in your arms, And love me

You must be wondering how
The boy next door turned out
Have a care, And say a prayer
Because he's still there

Lamenting policewomen policemen silly women taxmen
Uniformed whores, Educated criminals, Work within the law
This world is full, Oh oh, So full of crashing bores
And I must be one, cos no one ever turns to me to say
Take me in your arms, Take me in your arms
And love me, And love me

What really lies, Beyond the constraints of my mind
Could it be the sea, With fate mooning back at me
No it's just more lock jawed pop stars
Thicker than pig shit, Nothing to convey
They're so scared to show intelligence
It might smear their lovely career

This world, I am afraid, Is designed for crashing bores
I am not one, I am not one
You don't understand, You don't understand, And yet you can
Take me in your arms and love me, Love me, And love me

Take me in your arms and love me, Love me, love me
Take me in your arms and love me, Take me in your arms and love me"

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Siouxsie Sioux é minha rainha!!

Neste último sábado fui cortar meu cabelo. Atualizar o mesmo corte que tenho usado nos últimos anos. Máquina 0,5 da orelha pra baixo, máquina 1 imediatamente acima, 2 nas laterais de cima e 3 no cucuruto(geralmente eu uso a 4, mas desta vez fui mais ousado). Mas nem sempre foi assim. Houve um tempo que meu cabelo não tinha estes grisalhos e eram espetados uns bons 10 centímetros acima da linha da testa. Eu ostentava um sobretudo preto que poiu na gola de tanto usar (usei essa frase no Graphic e é verdade) e gastava meu reebok cano alto no caminho para o cursinho.
O cabelo alto não era barreira para meus fones de ouvido do walkman paraguayo que tocava naturalmente Smiths, The Cure e Siouxsie and the Banshees.
Esta semana ouvi o disco solo de madame Siouxsie Sioux e me arrepiei em ver esta "garota", que começou como groupie do Sex Pistols, ainda como uma diva e anunciando ares de crooner. Arranjos teatrais e quase operísticos. Sua voz é uma mesmo a de uma banshee que chama para a morte. E a performance mostra que ela sabe dar chutes melhores que os da mulher gato no seriado dos anos 60.
Me arrependi de ter cortado o cabelo. Queria ter meu semi-moicano de volta pra poder dançar melhor. Esse dia ainda vem. Here comes that Day... som na caixa!!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Isaura!!!!


estou de luto. um dos ícones de minha infância faleceu nesta sexta feira...
Vai ser malvado com os anjos que eles vão adorar!

Rubens de Falco
(19 de outubro de 1931 — São Paulo, 22 de fevereiro de 2008))

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

sangue negro na veia!


Sei que disse que estou de casa nova em blog, mas... é que eu precisei.
Uns posts atrás eu coloquei um trailer de um filme chamado There Will Be Blood mostrand bastante entusiasmo com uma obra que eu nem tinha visto ainda.
Num desses raros momentos onde a expectativa é superada e não apenas atendida, vi Sangue Negro de Paul Thomas Anderson neste fim de semana e a minha vontade é de não ir mais ao cinema no resto do ano. Nada pode ser mais impactante, tocante, cruel e bem construído como este filme. Daniel Day Lewis faz com seu Daniel Plainview um trabalho daqueles que será referencial por anos. Como o Stanley Kowalski de Marlon Brando, ou o Travis Bickle de Robert De Niro. 
Um filme complexo em suas metáforas objetivas sobre estes tempos negros que vivemos. Como viemos parar em uma época onde " construímos o ódio cuidadosamente" e deixamos de acreditar em qualquer coisa... pessoa ou entidade. O que importa é continuar produzindo. 
E tem a trilha do cara do Radiohead que me faz acreditar novamente que há salvação na música erudita contemporânea. 

Em tempo: outra coisa que me deixou muito empolgado, é o CD solo da Siouxie Sioux, MANTARAY... Ela é uma nova diva. Uma punk/dark que mantém sua identidade, mas se renova como uma crooner de primeira grandeza. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Me mudei - Hitchcock Blonde Blog


peço desculpas pela ausência... fim de ano, trabalhos, descansos, viagens, mais trabalho...enfim, não deu pra escrever.

desculpas em especial ao Rafael que postou um comentário justo a respeito de minha vagabundagem. Valeu Rafael, eu preciso de empurrões mesmo. Só funciono com eletrochoques!

Volto agora a escrever com mais assiduidade, mas provisoriamente em outro endereço e com um objetivo específico:
HITCHCOCK BLONDE.
O espetáculo que estreamos em março começou com os ensaios em janeiro. Vou dar um tempo ao exorcismo e passar a registrar as angústias e delícias desta realização.
Vai lá já!

http://www.vigormortis.com.br/Blogs/HitchBlog/HitchBlog.html

Essa foto aí o Marco Novack (http://www.flickr.com/photos/oavestruz/) tirou da maravilhosa Mariana Zanette que será a Blonde Hitchcockiana de 1919.

Assim começa. Em abril, espero não precisar exorcisar nada, mas de qualquer forma retorno para este mesmo batlocal. Entrementes... HITCH na veia!!!