segunda-feira, 28 de abril de 2008

To Be or Not To Be


Hoje de manhã tirei folga. Coisa rara e portanto cheia de méritos.
Vi deitado na cama "Sou ou Não Sou" com o Mel Brooks e a Anne Bancroft.
Na cena final, um bando de artistas poloneses escapam dos nazistas em um avião e rumam para a Inglaterra, porém a bússola quebrou e o destino é incerto. Quando o avião pousa, o personagem de Brooks, que está fantasiado de Hitler, entra em um pub cheio de ingleses cantando alegremente com suas pints e com aquele bigodinho indaga:
"- Aqui é a Inglaterra?"
Tive um acesso de riso de cinco minutos. Daqueles de ter que ficar limpando as lágrimas de tanto rir. Mas depois eu me perguntei: "Quem mais riria dessa piada hoje? Será que esse humor ficou datado?" . Será que a informação histórica está datada? Será que as pessoas não sabem mais quem são Cecil B de Mille, os macaquinhos do espaço e Gertrud Stein?
Tudo se consome muito rápido hoje. Nunca achei que fosse dizer isso, mas... acho que estou ficando anacrônico.
Porém me recuso a aceitar isso. Eu não envelheço, eu faço upgrades.

p.s.: lembro-me da primeira vez que vi esse filme anos atrás junto com meu pai numa sessão de um sábado à tarde no cine Plaza. Era garoto. E não tinha entendido. Achei o filme sem graça. Mas não tinha a referência direito ainda. Portanto reforço a afirmativa: faço upgrades.

domingo, 13 de abril de 2008

reflexão e ação

A divulgar amplamente para reflexão e ação. Um texto ótimo do Sarkovas que chegou a minha caixa de email hoje.

"Por que insistir em um modelo insustentável?
YACOFF SARKOVAS

A cultura e as artes movimentam parte significativa da economia
planetária. As indústrias criativas crescem para alimentar uma demanda inesgotável por estética, símbolos, lazer e entretenimento. Porém, os recursos gerados por este vasto mercado de consumo não suprem a diversidade e complexidade da cultura, comportando outras três fontes de financiamento, distintas e complementares:

- o Estado, que tem a responsabilidade de fomentar a criação e a
fruição artística e intelectual, bases do progresso humano - o investimento social privado, evolução histórica do mecenato, pelo
qual cidadãos e instituições privadas tornam-se agentes do desenvolvimento da sociedade - o patrocínio, estratégia empresarial para tornar as marcas mais próximas e envolventes, com maior afetividade, credibilidade, relevância e reputação junto a seus públicos de interesse.

No Brasil, o sistema de financiamento público às artes baseado em
dedução fiscal emaranhou estas fontes, subvertendo suas lógicas, pervertendo seus agentes e, de quebra, confundindo a opinião pública.

No mês de março, profissionais de teatro foram a Brasília apoiar
uma legislação que também canaliza recursos para a área por dedução fiscal, um modelo econômica e socialmente insustentável. Vamos imaginar que os médicos reivindiquem poder investir, por critérios próprios, um naco do imposto na saúde pública; os educadores, para manter abertas escolas públicas; as empresas de transporte, para criar estradas exclusivas; e -por que não? -, cada cidadão reter outro tanto do imposto para montar seu próprio esquema de segurança. Bastaria um punhado de categorias adotar esta lógica para não haver mais imposto a recolher. Por conseqüência, poderíamos suprimir o Estado e dispensar os governos.

Tomar posse de dinheiro público para destiná-lo por critérios
individuais e privados é um ato anti-republicano. Desinformados e iludidos pela justa perspectiva de injetar recursos no seu campo de atividade, muitos artistas e produtores ajudam a propagar o câncer do incentivo fiscal, em vez de lutar por políticas e fundos de financiamento direto do Estado, regidos por critérios técnicos e públicos.

Esse modelo de dedução fiscal à cultura, único no mundo, foi criado
pela Lei Sarney, em 1986 - substituída pela Lei Rouanet por Collor, em
1991-, ampliado com a Lei do Audiovisual por Itamar, em 1993, e replicado por municípios e Estados via dedução no ISS, IPTU e ICMS. Fomentadas por ignorância, no governo FHC, e mantidas por incompetência, no governo Lula, as leis de incentivo mobilizarão, neste ano, mais de R$ 1 bilhão. Recursos integralmente públicos que financiam somente a parcela da produção artística que desperta o interesse das empresas.

A dedução fiscal gera produção cultural porque distribui dinheiro,
não por ser lógica ou justa. É uma forma prática de obter recursos sem enfrentar disputas no orçamento público. Nada tem a ver com patrocínio ou investimento privado de verdade. Empresas promovem ações sociais, ambientais, culturais, esportivas, de entretenimento e comportamento como estratégia eficaz, saudável e rentável de valorizar marcas e fortalecer relacionamentos. Por isso, em todo mundo, investem seus próprios recursos institucionas, de marketing e comunicação.

Em outros países, incentivo fiscal é somente lançar as
contribuições à cultura como despesa na declaração de renda. Ou seja, é poder doar dinheiro do próprio bolso sem ser sobretaxado por isso. No Brasil, a Lei do Audiovisual permite dedução integral no imposto a pagar e, ainda, o abatimento como despesa, reduzindo o imposto acima do valor aplicado. O resultado é um ganho real de mais de 130% ao "investidor", sem risco. Espectadores-cidadãos não se dão conta que as marcas que aparecem na abertura dos filmes brasileiros são de empresas que ganham dinheiro público
para fingir que são investidoras culturais e decidir que aquele filme, e não outro, deva ser produzido. Em vez de exigir o fim deste escândalo, setores do teatro reivindicam "equiparação de benefícios".

É certo que o Estado brasileiro consome 50% do PIB e pouco do que
devolve tem valor reconhecido pela sociedade; é compreensível que os brasileiros desconfiem que os nossos governos sejam regidos pela corrupção.
Mas não corrigiremos mazelas históricas subtraindo recursos e
responsabilidade públicas para distribuí-las a interesses privados.

Melhor seria lutar para reduzir a carga tributária, para benefício
da sociedade civil, e ajudar a construir um Estado mais eficaz, com
capacidade de formular e implementar políticas públicas, financiando
diretamente as ações por princípios republicanos."

YACOFF SARKOVAS, especialista em atitudes de marca e presidente da Significa
e da Articultura.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Groovy

Só pra lembrar o porquê de fazer Morgue Story no teatro e agora um longa metragem:

"Ana Argento - Eu adoro o Bruce Cambbell com aquela serra elétrica na mão. Ele é pra mim a essência de tudo o que eu mais admiro em um homem: bacana, violento... e um pouco idiota"

GROOVY!



Hail to the king, baby!