terça-feira, 1 de março de 2011

Discurso de quem?










É fato que não dá pra confiar no Oscar.
Spielberg disse bem ao entregar o prêmio. Os perdedores se juntariam a Cidadão Kane, ao ET, ao Caçadores da Arca Perdida. E foi elegante em citar filmes célebres que venceram Melhor Filme. Preferiu esquecer os vencedores esquecíveis.
Como é o caso do vencedor deste ano. Uma obra descártavel que parece ter sido feita sob encomenda para ganhar o Oscar, em vez de ser uma obra que é fruto da imaginação moldada em anos dedicados ao ofício da linguagem como outros concorrentes na categoria.
Em 1980, Mel Brooks, representando a produção de O Homem Elefante, disse serenamente que não se importava com fato do filme ter perdido o Oscar para "Gente como a Gente". "Em 20 anos o vencedor será apenas uma resposta de trivia sobre o Oscar. O Homem Elefante será o filme que as pessoas estarão vendo"
A lembrança do seu trabalho, não vem por ter seu nome ligado a listas de prêmios, mas principalmente pelo impacto que sua obra tem na vida de quem vê.
Christopher Nolan sabe disso. Darren Arronofsky também. E David Fincher mais que ninguém. Os irmãos Coen? Claaaro? A Pixar? Bem esses a gente pula.
A Origem, O Cisne Negro, Rede Social, True Grit e Toy Story 3 estarão marcando as telas pela eternidade. O Rei já morreu faz tempo.
O discurso que interessa de verdade não é o discurso do Oscar, mas o discurso narrativo de cada obra.

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We gonna raise, trouble, We gonna raise, hell.


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